4.1.17

Vida de Discipulado - prefácio




Estamos diante de inúmeras decisões todos os dias. Aliás, nossas decisões nos constroem. Somos frutos de nossas decisões – repito várias vezes com a finalidade de reconhecimento.

Qual filme assistir; qual caminho seguir; qual roupa usar; qual curso universitário optar; que livro ler (raro); em quem acreditar; são decisões a serem tomadas.

Vivemos em uma época que as notícias chegam rápido, mesmo não sendo sempre verdadeira.

Épocas de reavivamento eclesiástico (embora atualmente não se tenha muitos exemplos de movimentos dignos de ser considerados), trazem enriquecimento às pessoas para as sagradas escrituras. Por trás das palavras, por mais humanas que sejam[1], surge uma procura, uma busca decidida por aquele a quem unicamente interessa achar – o próprio Jesus.

Não nos interessa saber as ideias dos expoentes da igreja, mas aquilo que Jesus quer é que queremos descobrir. Em algum momento essa decisão recairá sobre você. Quero que com essa reflexão, se esse momento já chegou ou se ainda é imanente, te ajudar a decifrar. Não considero-me afortunado da verdade absoluta ou da capacidade absoluta de identificar e ser uma espécie de ‘guru’ da revelação.

Alguns identificam com as palavras da Bíblia, ou em reflexão sobre atitudes cotidianas. Comigo demorou certo tempo.

Nos espaços eclesiásticos hoje, se o próprio Jesus e não os métodos para se alcançar algo, se tão somente Ele estivesse em nosso meio na pregação, seria outro o grupo de pessoas a escutar e outro a rejeitá-la. Não que as pregações das igrejas tenham deixado de ser a palavra de Deus; no entanto há muito som estranho, esperanças falsas, falsos consolos, turvando assim a mensagem cristalina de Deus para a salvação, dificultando assim a decisão autêntica. Seria como chupar uma bala com a casca sem ser removida.

A culpa não deve ser procurada nos outros por estar carregada de fórmulas e conceitos estranhos. Há demasiados elementos humanos, cantigas de entretenimento, elementos institucionais, doutrinas de variadas origens. Quem de nós não teria imediatamente as respostas corretas para nos isentar da responsabilidade por aquelas que apontamos como erradas? Não seria também uma resposta correta, se a nós mesmos perguntássemos se não nos tornamos nós o empecilho para a palavra de Jesus?

Como? Com nossas atitudes cotidianas, talvez. Apegamos, também, facilmente a determinadas formulações, a um tipo de comentário, estrutura social, temos dogmáticos, repetindo conceitos Bíblicos mas sem razão alguma de o fazer relegando, assim, outras partes não menos importantes da Bíblia, pregando opiniões e convicções pessoais?

Nada servem perguntas retóricas ou generalizadas e autoacusação. Voltemos às escrituras, partindo da pobreza de nossas convicções, bem como estreiteza de nossas opiniões para a amplitude e a riqueza dada em Jesus Cristo.

De qualquer maneira, minha intenção não é de estar criando algo novo ou chamando a sua atenção ao que já praticamos, instituindo exigências impossíveis, atormentadoras, excêntricas, para ser luxo aos que obedecem e pesadelo aos que preocupados com o sustendo da família, se acharem menos dignos que estes.

Quando as escrituras falam de discipulado de Jesus, proclamam a libertação do ser humano de todos os preceitos humanos, de tudo quanto oprime, de toda inovação para cativar.

A palavra de Deus, os mandamentos de Jesus, são extremamente duros para os que se opõe com a visão distorcida pelos caminhos que tratam a Bíblia como auto ajuda.

Que Deus nos dê discernimento para permanecer com os fracos e os sem Deus em toda a amplitude do amor de Cristo para com todos os seres humanos e trilhar a estreita decisão a passo firme á sermos mais de Jesus em um mundo carente de amor.



Leia aqui a parte 1 e a parte 2.






[1] Por mais humanas: refiro-me às palavras de vontade humana vinda dos líderes eclesiásticos, que por mais que não seja propriamente Bíblicas, trazem um certo padrão moral e/ou de ordem para uma vida melhor.





Por Félix Martins Lírio