Estamos diante de
inúmeras decisões todos os dias. Aliás, nossas decisões nos constroem. Somos
frutos de nossas decisões – repito várias vezes com a finalidade de
reconhecimento.
Qual filme assistir;
qual caminho seguir; qual roupa usar; qual curso universitário optar; que livro
ler (raro); em quem acreditar; são decisões a serem tomadas.
Vivemos em uma época
que as notícias chegam rápido, mesmo não sendo sempre verdadeira.
Épocas de reavivamento
eclesiástico (embora atualmente não se tenha muitos exemplos de movimentos
dignos de ser considerados), trazem enriquecimento às pessoas para as sagradas
escrituras. Por trás das palavras, por mais humanas que sejam[1],
surge uma procura, uma busca decidida por aquele a quem unicamente interessa
achar – o próprio Jesus.
Não nos interessa saber
as ideias dos expoentes da igreja, mas aquilo que Jesus quer é que queremos
descobrir. Em algum momento essa decisão recairá sobre você. Quero que com essa
reflexão, se esse momento já chegou ou se ainda é imanente, te ajudar a
decifrar. Não considero-me afortunado da verdade absoluta ou da capacidade
absoluta de identificar e ser uma espécie de ‘guru’ da revelação.
Alguns identificam com
as palavras da Bíblia, ou em reflexão sobre atitudes cotidianas. Comigo demorou
certo tempo.
Nos espaços eclesiásticos
hoje, se o próprio Jesus e não os métodos para se alcançar algo, se tão somente
Ele estivesse em nosso meio na pregação, seria outro o grupo de pessoas a
escutar e outro a rejeitá-la. Não que as pregações das igrejas tenham deixado
de ser a palavra de Deus; no entanto há muito som estranho, esperanças falsas,
falsos consolos, turvando assim a mensagem cristalina de Deus para a salvação,
dificultando assim a decisão autêntica. Seria como chupar uma bala com a casca
sem ser removida.
A culpa não deve ser
procurada nos outros por estar carregada de fórmulas e conceitos estranhos. Há
demasiados elementos humanos, cantigas de entretenimento, elementos
institucionais, doutrinas de variadas origens. Quem de nós não teria
imediatamente as respostas corretas para nos isentar da responsabilidade por
aquelas que apontamos como erradas? Não seria também uma resposta correta, se a
nós mesmos perguntássemos se não nos tornamos nós o empecilho para a palavra de
Jesus?
Como? Com nossas
atitudes cotidianas, talvez. Apegamos, também, facilmente a determinadas
formulações, a um tipo de comentário, estrutura social, temos dogmáticos,
repetindo conceitos Bíblicos mas sem razão alguma de o fazer relegando, assim,
outras partes não menos importantes da Bíblia, pregando opiniões e convicções
pessoais?
Nada servem perguntas
retóricas ou generalizadas e autoacusação. Voltemos às escrituras, partindo da
pobreza de nossas convicções, bem como estreiteza de nossas opiniões para a
amplitude e a riqueza dada em Jesus Cristo.
De qualquer maneira,
minha intenção não é de estar criando algo novo ou chamando a sua atenção ao
que já praticamos, instituindo exigências impossíveis, atormentadoras,
excêntricas, para ser luxo aos que obedecem e pesadelo aos que preocupados com
o sustendo da família, se acharem menos dignos que estes.
Quando as escrituras
falam de discipulado de Jesus, proclamam a libertação do ser humano de todos os
preceitos humanos, de tudo quanto oprime, de toda inovação para cativar.
A palavra de Deus, os
mandamentos de Jesus, são extremamente duros para os que se opõe com a visão
distorcida pelos caminhos que tratam a Bíblia como auto ajuda.
Que Deus nos dê
discernimento para permanecer com os fracos e os sem Deus em toda a amplitude
do amor de Cristo para com todos os seres humanos e trilhar a estreita decisão
a passo firme á sermos mais de Jesus em um mundo carente de amor.
[1] Por mais humanas:
refiro-me às palavras de vontade humana vinda dos líderes eclesiásticos, que
por mais que não seja propriamente Bíblicas, trazem um certo padrão moral e/ou
de ordem para uma vida melhor.
Por Félix Martins Lírio