16.3.16

Pecadinho e pecadão





Temos o costume de julgar causas. Nos consideramos os mais ‘justos’ juízes – se baseado em nossa própria vivência, trapos de imundícia é uma definição superficial! No segmento de ética e moral temos os maiores julgamentos.

Neste senso de julgamento criamos parâmetros aos pecados. ‘Pecadinho’ e ‘pecadão’. Isso vem permeando há séculos os padrões brasileiros. Essa distinção entre pecados mortais e veniais, criam um escudo para os que erram.

Os pecados mortais privam o indivíduo da graça salvadora e a condenam diretamente ao inferno, sem direito a defesa. Os veniais são mais leves e merecem um tratamento diferenciado, temporal. Ao longo dos séculos criou-se uma lista de pecados veniais e mortais, ou pecadinho e pecadão.

Nossa ética aceita o jeitinho, a mentirinha, a fofoca, as pequenas corrupções, mas o adultério se tornou imperdoável! No cenário político as acusações (muito bem fundamentadas) de corrupção são ignoradas nas eleições. O cenário político Brasileiro é uma prova disso, nos últimos 3 mandatos. O que falar do Norte Americano Bill Clinton e o escândalo sexual tempos atrás? Diferente, não é? Não deveria. O erro é erro mesmo que todos façam e o correto é correto mesmo que ninguém o faça!

As igrejas evangélicas têm por base o fundamento Bíblico de que todo pecado é igual, e o que ‘tropeça pelo menor mandamento que seja, é culpado por todos’. É raro alguém ser corrigido, admoestado por pecados como mentira, preguiça, vaidade, orgulho, fofoca.

Vemos rigor quanto aos pecados sexuais como adultério, prostituição, fornicação, pornografia, homossexualismo – mesmo alguns caindo no campo ‘aceitável’ para não perder público.

Os evangélicos são rigorosos acerca de imagens e questões como não fumar, beber. Mas não o é em questões essenciais tanto quanto! Justo em pontos que vêm moldando a mentalidade de hoje, na maneira de ver o mundo.

Preocupamo-nos com práticas supersticiosas como lenços e artefatos ungidos, em cerimônias com busca por algo ‘sobrenaturalmente espiritual’ (com a ignorância de não perceber que o natural é o caminho que Deus traçou para que o espiritual trabalhe).

Diferenciações sem fundamento. Gravidades diferentes sim, existem. Mas o julgar o que é e o que não é, não cabe a nós, pois condenamos uns ao inferno e a outros não. Se não forem beneficiados pela graça, todos acabam no inferno.




Por Félix M. Lírio


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