Temos o costume de julgar causas. Nos
consideramos os mais ‘justos’ juízes – se baseado em nossa própria vivência,
trapos de imundícia é uma definição superficial! No segmento de ética e moral
temos os maiores julgamentos.
Neste senso de julgamento criamos
parâmetros aos pecados. ‘Pecadinho’ e ‘pecadão’. Isso vem permeando há séculos
os padrões brasileiros. Essa distinção entre pecados mortais e veniais, criam
um escudo para os que erram.
Os pecados mortais privam o indivíduo da
graça salvadora e a condenam diretamente ao inferno, sem direito a defesa. Os
veniais são mais leves e merecem um tratamento diferenciado, temporal. Ao longo
dos séculos criou-se uma lista de pecados veniais e mortais, ou pecadinho e
pecadão.
Nossa ética aceita o jeitinho, a
mentirinha, a fofoca, as pequenas corrupções, mas o adultério se tornou
imperdoável! No cenário político as acusações (muito bem fundamentadas) de
corrupção são ignoradas nas eleições. O cenário político Brasileiro é uma prova
disso, nos últimos 3 mandatos. O que falar do Norte Americano Bill Clinton e o
escândalo sexual tempos atrás? Diferente, não é? Não deveria. O erro é erro
mesmo que todos
façam e o correto é correto mesmo que ninguém o faça!
As igrejas evangélicas têm por base o
fundamento Bíblico de que todo pecado é igual, e o que ‘tropeça pelo menor
mandamento que seja, é culpado por todos’. É raro alguém ser corrigido,
admoestado por pecados como mentira, preguiça, vaidade, orgulho, fofoca.
Vemos rigor quanto aos pecados sexuais como
adultério, prostituição, fornicação, pornografia, homossexualismo – mesmo
alguns caindo no campo ‘aceitável’ para não perder público.
Os evangélicos são rigorosos acerca de
imagens e questões como não fumar, beber. Mas não o é em questões essenciais
tanto quanto! Justo em pontos que vêm moldando a mentalidade de hoje, na
maneira de ver o mundo.
Preocupamo-nos com práticas supersticiosas
como lenços e artefatos ungidos, em cerimônias com busca por algo
‘sobrenaturalmente espiritual’ (com a ignorância de não perceber que o natural
é o caminho que Deus traçou para que o espiritual trabalhe).
Diferenciações sem fundamento. Gravidades
diferentes sim, existem. Mas o julgar o que é e o que não é, não cabe a nós,
pois condenamos uns ao inferno e a outros não. Se não forem beneficiados pela
graça, todos acabam no inferno.
Por Félix M. Lírio
Imagem: http://vko.sud.kz/sites/default/files/u112/1411723037_femda-630x437.jpeg