
Para alguns, saber ou não saber qual é o
sentido exato da vida não faria diferença alguma; para outros é desesperador, a
ponto de deixar de viver - enquanto sobrevive.
Aristóteles estava errado! Para muitos o
sentido da vida consiste em alcançar a verdadeira felicidade. Ok. Mas o que é
felicidade? Os que pensam assim consideram a felicidade algo circunstancial.
Isso é alegria – temporal. Felicidade vai além, é atemporal, é transcendente.
Aristóteles considerava que a verdadeira
felicidade só seria alcançada num estado de completa apatia, um estado de
indiferença sobre tudo aquilo que nos rodeia. Já pensava assim – mesmo sem
conhecer a filosofia dele. Este filósofo defendia que só a indiferença pelo
destino, e uma vida livre de emoções de sensações poderá levar-nos à felicidade.
Outro
que estava equivocado parcialmente era Epicuro. Para ele o sentido da vida
passa, não no alcance da felicidade, mas na satisfação de desejos e prazeres.
Nisso, mesmo que inconsciente sobre quem filosofou acerca, vive a maioria das
pessoas. Busca frenética pelo prazer. Nisso diferem de Epicuro, pois para ele o
prazer é a ausência de dor.
Prazer
não é isso. Vocês sabem muito bem. Seu pensamento consistia em que para vivenciar
esse prazer é fundamental evitar a dor e para isso não devemos viver com medos
ou preocupações. Em partes correto; Jesus nos ensinou a ter um propósito e não
medos, pois “o perfeito amor lança fora o medo”.
Epicuro
não defende uma vida recheada de luxos e excessos, mas uma vida em conformidade
com a natureza e com os outros. A morte não existe para ele, pois não a vê,
apenas participa. Quando a morte existe, ele que não existe mais. Assim, em
suma, desfrutemos da vida e ocupemos nossa mente não com problemas.
Sabendo
disso podemos pensar melhor fundamentados sobre o sentido da vida. De fato,
pensamos no sentido da vida, quando perdemos o entendimento dos caminhos do
sentido – mesmo sem o ter claro.
É mais
ou menos assim: não sei o sentido, mas se tudo está indo bem, faz algum
sentido. Se não está de acordo com o que tenho no subconsciente, não há
sentido. Nosso cérebro é demais!
Theodor
Seuss Geisel diz: “Eu gosto de coisas que não fazem sentido: isso acorda as
células do cérebro. Fantasia é um ingrediente necessário em nossas vidas, é um
modo de olhar a vida pelo lado errado do telescópio. Isso é o que faço, e isso
permite que você ria das realidades da vida. ”
Porém
nenhum pensador chegou perto do ‘Eclesiastes’. Lendo Eclesiastes pode-se
identificar como ‘o mais pra baixo,
pessimista’. Eu prefiro ‘o realista’. Ele diz que os esforços são sem sentido,
são bolhas de sabão que estão e logo se dissipam – por não compreender o
sentido. Aliás, ele compreende o sentido ao assumir que não temos capacidade
para identificar de maneira racional como gostaríamos.
Nisso
concorda Niels Bohr que diz que o sentido da vida consiste em que não tem
nenhum sentido dizer que a vida não tem sentido.
O
sentido da vida é viver. Adaptando-se a viver. Por acaso escutei uma entrevista
do lutador Minotauro, que em palavras sábias falou que na vida é preciso
aprender a apanhar, pois bater todos sabem. Temos de estar nos adaptando quando
as coisas não são como gostaríamos. No mais tudo vai bem.
O que
que me faz pensar quase como Aristóteles, é a frase de Ludwig Wittgenstein: “O
que sei sobre Deus e o sentido da vida? Eu só sei que este mundo existe”.
Para
Pablo Picasso o sentido da vida é encontrar o seu dom e o propósito da vida é
compartilhá-lo. Agatha Christie diz que a essência da vida é andar para frente;
sem a possibilidade de fazer ou intentar voltar a trás. A vida é uma rua de
sentido único.
Não é
possível voltar. O que fiz, fiz. O que não fiz não faço mais. Nisso temos Deus
e seu maravilhoso propósito. Em todo plano de redenção e salvação, o propósito
era nos dar vida, e vida abundante, com sentido: amor.
Carl
Jung diz que o indivíduo não realiza o sentido da sua vida se não seguir um
serviço sobre-humano, algo transcendental e espiritual. Johann Goethe
complementa esse pensamento dizendo que em uma situação difícil, escutar o
coração mostra o sentido.
Mas o
coração do homem não é enganoso como diz a Bíblia? Temos convicções
pré-estabelecidas, sem necessidade de doutrinação. Sabemos o certo e o errado.
Aí vem o relativismo doutrinando jovens indefesos com o pensamento de que nada
é certo e nada errado, tudo depende.
Afinal,
qual o sentido da vida? Você já descobriu. Viver. Viver uma vida bem vivida,
com propósito. Deus nos dá a pista que o propósito da vida não é viver para o
eu, para o ego, mas sim perceber a felicidade pelo amor. O amor não é restritivo,
é ao próximo.
“A fé é
o conhecimento do sentido da vida humana, conhecimento que faz que um homem não
se destrua, mas que viva. A fé é a força da vida”. León Tolstói
“Tente
estar em paz consigo mesmo, e ajude os outros a compartilhar desta paz. Se você
contribuir para a felicidade de outras pessoas, encontrará a verdadeira meta, o
verdadeiro sentido da vida”. Dalai Lama
“Aquele
que tem um porquê para viver pode suportar quase todos os cosmos”. Nietzshe
Vitor
Frankl relatou em seu livro “Em busca de Sentido” (tradução própria de Man's Search for Meaning 1959), que os
prisioneiros, como ele também foi, que mais sobreviviam ao sofrimento do/no
campo de concentração de Auschiwitz eram aqueles que sabiam que havia uma tarefa
esperando por eles para ser realizada.
Viva!
Por
Félix M. Lírio