
Os que se posicionam contra a ‘Cristandade’
festejar e celebrar o Natal, se referem às origens da Festa. Culto pagão,
Festejar Saturno (Saturnália). Acrescentam que houve um sincretismo dessa festa
pagã com o então cristianismo no quarto século, quando Constantino declarou o
Cristianismo a religião do império.
A história nos traz esses fatos. Há indícios
de mudança de dia de celebração de festas pagãs, ou festas a um ‘santo’. Não
vamos olhar os detalhes que não influenciarão ao que realmente importa.
Uma outra posição se defende alegando ser
uma festa para celebração do nascimento de Jesus. Segundo o relato bíblico é impossível
Jesus ter nascido nessa data, pois na região é frio, e os pastores não estariam
no campo. Mas foi atribuído. Assim devemos estar celebrando com alegria essa
boa nova para a humanidade, dizem.
Pessoas alegam que a troca dos
presentes é originária dos Reis (?) magos (?) que trouxeram ao menino Jesus.
Primeiro: eles trouxeram só para Jesus e não para todos; os presentes tem um
significado importante (veja o motivo da vinda deles).
A troca de presentes seria sim, mas
conveniente com o ato de Saint Claus (Santa Claus – Saint Nicholas e todas as
variações) que distribuía presentes (por volta de 6 de Dezembro) às crianças e
mulheres.
Voltando ao assunto principal, vou transcrever
4 pontos que Caio Fábio escreveu sobre o Natal:
1. Que Jesus não nasceu no Natal, em
dezembro, mas muito provavelmente em outubro.
2. Que o Natal é uma herança de natureza
cultural, instituída já no quarto século. De fato, o Natal da Cristandade, que
cai em dezembro, é mais uma criação de natureza constantiniana, e, antes disso,
nunca foi objeto de qualquer que tenha sido a “festividade” da comunidade dos
discípulos originais.
3. Que a Encarnação, que é o verdadeiro
natal, não é uma data universal — embora Jesus possa ter nascido em outubro —,
mas sim um acontecimento existencial que tem seu início em nós quando cremos
que Deus estava em Cristo, e se renova em nós cada vez que vivemos no amor de
Deus, confiantes na Graça da Encarnação e na Encarnação da Graça: Jesus, o
Emanuel.
4. Que embora o Natal da Cristandade não
seja nada além de uma celebração religiosa e sincrética, nem por isso ele faz
mal a quem o celebra como quem come o pão e bebe o vinho do Amor de Deus em Sua
Encarnação. Isso porque, como qualquer outra coisa, o que empresta sentido às
coisas não são as coisas em si mesmas, mas o olhar de quem nelas projeta,
simbolicamente, o seu próprio coração.
Assim, que cada um tenha o Natal que em si mesmo tiver sido gerado!
Vemos que no livro de Ester, uma data que
seria e matança dos judeus com celebração e posse dos bens pelos adversários,
depois foi instituída como uma festa de alegria para os Judeus, por serem
libertos disso – festa de Purim.
Posso compreender aqueles que querem ser rigorosamente
cristãos - mas caem na religiosidade. Não querem ter ligação com o mundo e qualquer raiz pagã que possa
repousar sob a celebração do Natal, mas não me posiciono da mesma maneira nesta
questão. Como falou John Piper, “chegamos a um ponto onde as raízes já estão
distantes de tal forma que o significado presente não carrega mais nenhuma
conotação pagã. Fico mais preocupado com um novo paganismo que se sobreponha a
feriados cristãos”.
Se tomarmos como base excluir tudo que
provem de um possível paganismo, vamos ter de repensar muitas coisas. Um exemplo:
Todo idioma tem raízes em algum lugar. A
maioria dos dias da semana [em inglês] —se não todos— saíram de nomes pagãos
também. Então deveríamos parar de usar a palavra “Sunday” (domingo) porque ela
pode ter estado relacionada à adoração ao sol em um tempo distante? No inglês
moderno, “Sunday” (domingo) não carrega aquela conotação, e é a própria
natureza do idioma. De certa forma, os feriados são como a linguagem
cronológica.
Agora obtemos a celebração do nascimento
de Jesus, do Messias. Nós achamos que o nascimento, a morte e a ressurreição de
Cristo são os eventos mais importantes na história humana. Seu nascimento mudou
até mesmo a contagem do tempo na história. Sua morte e ressurreição fundamentam
o Cristianismo. Não celebrá-los de alguma forma poderia ser uma insensatez
(retorno às palavras de Caio Fábio quando se refere ao nascimento de Cristo nas
pessoas).
Realmente vale o risco, mesmo que a data
de 25 de Dezembro tenha sido escolhida por causa de sua proximidade com algum
tipo de festival pagão. Vamos apenas tomá-la, santificá-la e fazer o melhor com
ela, porque Cristo é digno de ser celebrado em seu nascimento. Como na profecia
Bíblica, um menino nos nasceu e seu nome
será maravilhoso, conselheiro, Deus forte, príncipe da Paz.
Que nessas festas possamos estar
celebrando com alegria e espalhando os atributos de Cristo de forma consciente. Que o amor sobreponha qualquer tipo de interpretação.
Imagem www.examiner.com / caiofacio.net / desiringgod.org /
Por Félix Martins Lírio