Você já escutou essa frase antes: Deus não
existe. Pessoas sofrendo, professores ‘acima da média intelectual’, filósofos
ou até mesmo você (como se para ser inteligente precisa desacreditar no criador).
É um assunto de amplitude enorme. Vamos abordar hoje alguns pontos.
Abro aspas para contar um breve testemunho
introdutório. Em uma ação proposta pelo seminário Bíblico CTMVida, de
evangelização, em uma região de Blumenau, dois colegas Fernando e Mariane, se
depararam com um jovem, de aproximadamente 13 anos. Ele falou que Deus não
existia. Indagado o motivo ele recuava. Finalmente falou que era ativo na
igreja e seu irmão foi diagnosticado com Câncer. Com isso o dirigente da igreja
entregou uma mensagem “que Deus livraria seu irmão de 8 anos da doença”. Seu
irmão morreu. Nenhum argumento surtiu efeito no momento. Revolta.
Importante ressaltar que Deus não é
obrigado a fazer a nossa vontade.
Por fatos assim muitas pessoas desacreditam
de Deus. Criam uma negação, uma repulsa. Outros motivados pelo estudo tomado
como absoluto, vindo da direção de professores desacreditados de Deus por
alguma crise interna. Esses motivos são quase infindáveis, e a ação da igreja ao
longo dos séculos e também a contemporânea, acaba prejudicando por falta de
conhecimento.
Perguntar não é pecado, questionar também
não. Um exemplo Jó.
Dos principais argumentos ‘intelectuais’
para justificar a não existência de Deus estão:
1)
Há o
mal no universo
Crianças
inocentes morrem em guerras, em pandemias, de fome, de sede. Se Deus existe ele
é um sádico, argumentam.
Note que a argumentação é mais emocional do
que racional. Há uma raiva no argumento, pelo sentimento de incapacidade de
evitar as coisas, e essa responsabilidade é atribuída a Deus.
Não acredito que essa seja uma argumentação
plausível. O que é considerado trevas para os intelectuais, estudiosos,
cientistas, dicionários? Ausência completa de luz.
Se o mal é argumentação para a não
existência de Deus, o bem não seria o contra-argumento? Vemos muitas ações que
nos fazem acreditar na humanidade. O argumento toma validade quanto insistimos
em buscar a origem do mal. De onde vem? Da inexistência de Deus ou de um
sádico. Não deveria ser perguntado de onde vem o bem?
Clinton
Richard Dawkins é um etólogo (comportamento animal), biólogo evolutivo e
escritor britânico. Possui vários livros escritos, entre os quais “The God
Delusion” (Deus, um delírio), conhecido por publicar o ‘O Gene Egoísta’, introduzir
o conceito de meme, defender o
ateísmo, o racionalismo e o secularismo e Críticas à religião, disse: “Se Deus
é um delírio, porque nascemos iludidos por Ele?”. Ele não tinha certeza.
Como
vamos ser atraídos por algo que não existe?
Não
podemos considerar uma linha torta se não houver o parâmetro de linha reta.
Para existir o mal, existe o “bem”. O mal é atribuído a um Deus sádico que não
deve existir, mas o bem... vejamos... já está em nós. A essência do ‘feitos
conforme sua imagem e semelhança”.
Froid,
para quem gosta de filosofia, designa-se ateu, admite que carecemos de um Pai,
um Deus protetor. Se carecemos de uma imagem de Pai protetor, de onde vem essa
carência? Nosso organismo carece de algumas vitaminas que são encontradas na
alimentação, porque existem.
Um
pensamento simples é a comparação com a viagem de avião. Algumas pessoas passam
por problemas respiratórios, acabam sentindo-se sufocados. Isso não prova que o oxigênio não existe. Por um contexto
externo não se consegue usufruir do oxigênio. Pressurização, distância,
circunstância.
Existem pessoas boas. Existe pessoas que
buscam fazer o bem. Há as declaradas cristãs, outras ateias. Não há problema
nenhum. Uma coisa não invalida a ação. Ateus também possuem valores morais,
fazem o bem, pagam imposto. A verdade moral, sobre bem e mal, não é construída.
É revelada, descoberta, existente. Não é determinada por voto, preferência ou
gosto pessoal.
A base de valores é circunstancial sem
Deus. Variável. Não há um ponto fixo, uma linha reta, régua. Possuímos uma essa
referência (Jo 17.17).
Deus existe. O que não existe são algumas
‘versões’ de deus.
Por Félix M. Lírio
Imagem disponível na internet.