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13.4.16

A Super Ovelha



Vou ser mais direto a partir de agora. Devido ao analfabetismo funcional, onde mesmo sabendo ler não se entende, há essa necessidade. Deixar no ar, sugerir... isso não funciona com ignorantes! Procurarei sempre disponibilizar um glossário para auxiliar em palavras não tão populares.


Há no circo religioso – isso mesmo, circo -  absorção, mesmo que intrínseca, de ‘empoderamentos’, de ideologias recentes e infundamentadas para colocar o homem em um papel que não lhe cabe. Nos termos teológicos Antropocentrismo[1].


Não é recente esse desvio da centralidade do evangelho na igreja. Historicamente percebemos isso. Vemos que por falta de conhecimento e sobra de infantilidade as pessoas são levadas a um misticismo anticristão, inserindo nos ritos de reunião objetos, ou ações vindas de pensamentos para atrair a atenção dos (in)fiéis. Seja por ignorância ou caso pensado, é um erro. Mas um erro que condena a muitos que cegamente procuram pela bizarrice (refiro-me as pessoas que vão em busca desses shows, dessas aberrações).


Nesse contexto vemos uma imagem quase beatificada: a ‘super ovelha’. Não vou imputar a culpa nos escritores e no cinema para isso entrar no ‘ramo de negócio evangélico’. Desde as músicas às pregações, liturgia aos cumprimentos, linguagem... tudo remete a isso – empoderamento da ovelha.


Na figura de linguagem Bíblica somos comparados a ovelhas e Cristo ao pastor, que conduz, cuida, guia. Não é a finalidade deste texto expor a função do pastor de ovelhas para explicar o motivo dessa comparação.


Quero apenas citar dois textos que mais sofrem com essa bestialidade: Salmo 23 e Mateus 10.16 – especificamente.


O Salmo 23 dispensa muitos comentários sobre contexto. Com a inversão do papel, mostra-se uma ‘ovelha’ no papel principal, e não como objeto cuidado; mostra como protagonista merecedora dos cuidados, e não do cuidado espontâneo da sua fraqueza e fragilidade.


Mateus, em um relato profundo sobre ensinamentos na fala de Jesus, no versículo, expõe uma preocupação seguida de conselho prático: comportamento diante do problema. O predador é o lobo, a ovelha presa. Com a ‘teologia bestial’, inverte-se e cria uma super ovelha, capaz de andar em meio aos lobos sem medo de ser devorada, pois ‘o senhor é meu escudo e fortaleza’ – ótima interpretação de contexto, não é? E se usássemos a frase ‘ninguém toca no ungido’? Ou então, quem sabe, vamos brincar com o predador...


A imaginação que tenho é de uma ovelha fraca que após ser encilhada pela religião, levanta sob duas patas e sai toda imponente esmurrando os ‘lobos’ por onde passa. Está mais para o Pacato, o animalzinho medroso do He Man que se transformava pelos poderes de Grayskull. O pensamento de invencibilidade toma conta.


Ignorância pura ou manipulação? Fico sem saber ao certo se é show de entretenimento ou burrice. O que sei é sobre a consequência desastrosa.





Por Félix M. Lírio






[1] substantivo masculino
fil rel forma de pensamento comum a certos sistemas filosóficos e crenças religiosas que atribui ao ser humano uma posição de centralidade em relação a todo o universo, seja como um eixo ou núcleo em torno do qual estão situadas espacialmente todas as coisas (cosmologia aristotélica e cristã medieval), seja como uma finalidade última, um télos que atrai para si todo o movimento da realidade (teleologia hegeliana).